sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O tempo passou rápido demais, nem vi como tudo aconteceu. Um dia acordei sem saber, se meu coração ainda era meu. Porque estremeço toda vez que te vejo de novo, com sutileza percebes meu sorriso bobo, e meus braços que esperam anciosos pra encontrar os braços seus, te encontro num abraço apertado, e me faz o dia valer a pena. Quantas vezes já repetimos essa cena? Com você, sou criança boba que ainda não cresceu, que os caminhos do coração ainda não aprendeu. Me surpreende a cada novo gesto, a cada novo toque. Como me aguenta tanto? Sou só criança mimada que volta e meia cai em pranto. Não quero saber como foi que te consegui pra mim, esse 'tudo' que eu queria. Como foi que mereci me acostumar com o seu cheiro no meu travesseiro. Deixa pra lá, te roubo um cigarro e peço o esqueiro. A fumaça pra limpar os pulmões, do ar que por vezes não tão bom se apresenta. Deixa pra lá, só deita do meu lado e me esquenta! E se o medo me toma por vezes, é o medo todo que eu tenho de te perder, meu menino. Te quero aconchegado do meu lado, te mostrar que te amo como nunca haviam amado, e se o tempo me permitir, meus olhos nunca hão de te ver partir.

[Gaby]




segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Hoje vi nos olhos da minha irmã a angústia
Nos olhos do meu pai a ausência
Procurei no espelho um disfarce
E vi nos meus olhos carência

Leis da vida e do tempo
Da sentida por estar de partida
Quem dera houvesse alento
Também na despedida



domingo, 25 de outubro de 2009

Promessas

Não te prometo nem encanto eterno, nem um poema do Vinícius, nem amor infinito.
Não te prometo posts decorados, dedicatórias vazias, nem beijos recheados de saudade ou um gole da minha cerveja.
Não te prometo minhas palavras bêbadas, meus artigos mais que indefinidos, meu sarcasmo ardido.
Não te prometo o coração acelerado, muito menos dilacerado, nem lábios que tremem num discurso vazio.
Não te prometo viagens inesquecíveis, fotografias coloridas ou canções de amor.
Não te prometo alegrias e nem descobertas obvias, nem a tristeza que procura rimas fáceis.
Não te prometo o ar que eu respiro, talvez aquela música com cordas de violão.
Não te prometo meu aperto, meu peito, meu abraço sonâmbulo.
Não te prometo o cheiro da terra molhada, ou lágrimas secas que pingam no chão.
Não te prometo um bilhete apressado, a lista de músicas que adoro, recados no celular
Não te prometo meu equilíbrio, minha angústia escondida, meu riso partido.
Não te prometo ir para jogos de futebol, muito menos torcer pelo seu time.
Não te prometo o futuro, o presente, o passado mais que perfeito.
Não te prometo meus papéis amassados, meu pânico, meu relógio parado.
Não te prometo poesias rasuradas, o jornal de ontem ou rascunhos aleatórios.
Não te prometo meu álbum de notas, minhas rotas, meus mapas.
Não te prometo minhas promessas, segredos, nem medos. Não te prometo mais nada, eu prometo.
E não te acordo para dar boa noite, só para me acomodar melhor ao seu lado. E te perco a cada bom dia, não me encontro.

Promessas, assim como palavras, podem ser levadas pelo vento.
Mesmo fechando a janela. Mesmo fechando os meus olhos.
Eu consigo perceber o que acontece dentro de cada um de nós.
Por isso, nada de promessas.
Vamos viver cada momento que pudermos juntos, tentando seguir por um único caminho, com o destino e o respeito em companhia, para que um dia, eu não te faça promessas, mas, sim, fale de algum sentimento mais denso e eterno que elas.


[Gaby]








sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Medo da Chuva

Você já perdeu o medo da chuva?
Deveria, pois não pode chover para sempre...
Por vezes, a chuva acompanha os piores raios e ventanias
mas as casas quase sempre ficam de pé
Construa sua casa com o teto e as paredes mais resistentes possíveis.
Esqueça, você só vai aprender isso
quando sua casa for levada, e você tiver que construir outra
e outra, e outra...não importa quantas
O que importa, é sempre reergue-la
com ajuda ou não, com animo ou não
com metáforas proferidas ou realismo vivido, não importa
você sempre vai perder, mas também sempre terá a chance de aprender
e quanto mais você cair, mais aprenderá a ser resistende aos tombos
afinal, quem nunca caiu, nunca compreenderá a importância de se levantar sempre que necessário.

[Gaby]





Não era bem assim (que era pra ser)

Tempo. Tempo exato para uma coitada como eu
que aprendeu a perder o que de melhor possuia.
não era ouro, nem era ambição
eu só queria e tinha o que todo mundo quer:
alguém que te acompanhe onde estiver.
Uma coitada como eu que já passei,
aquela sensação de falta de ar, como se não pudesse mais respirar
e tudo por causa de um ser,
mas que poder esse ser pode exercer!
Na verdade, nem é por ar que se pede nessa hora
é acordar, e perceber que dormiu e perdeu a hora.
Aceita todo fragmento de ilusão,
pobre de nós deixados, só queriamos um pouquinho de bajulação...

[Gaby]







terça-feira, 11 de agosto de 2009

Desencontro Juvenil

Por sempre correr demais
Acabei por lhe deixar pra trás
Mas não permito me martirizar
O bem foi pra ti, se for analisar

Entro em lembranças, me perco nos dias
Se me visse agora por dentro, nada de bom encontrarias
Mas não procuro mudança
Quero apenas paz e uma vida mansa

Não procuro palavras de consolo
Porque não encontro nada que queira resgatar
Me sinto melhor no abandono
E esperando a noite passar

[Gaby]






quarta-feira, 22 de julho de 2009

O extremo da média

Se analisar-me bem, sou a metade dos extremos.
Porque sou calma, mas me irrito com facilidade
Porque sou do contra, mas não sou totalmente a favor, e vise-versa.
Sou a média, o equilíbrio. Não sou demais nem de menos.
Minha vida não é parada, mas também não é um mar de aventuras
Claro, as vezes sou desequilibrada. E até isso causa equílibrio,
pra que eu não seja sempre equilibrada, e nem sempre descontrolada
Ao contrário da vida animada ou parada, a vida média é muito chata,
é equilibrada demais, normal demais

Isso causa excesso de 'demais', o que gera desequilibrio
Talvez esse seja o meu único descontrole: O controle absoluto.

Cansou-se de ler a palavra "equilíbrio"?
Trata-se apenas de um desequilibrio de palavras repetidas.

[Gaby]






terça-feira, 2 de junho de 2009

Psicologia barata

Não quero que os outros me vejam chorando todos os dias
porque não quero visitar um psicólogo
pra tratar da alma com comprimidos anti-tristeza
não quero ouvir a opinião de um especialista
pra, ao invés de achar, ter certeza que já não me sobrou mais nada
pois o que quer que tenha sobrado, eu enchergo distante, em preto e branco
num instante tudo mudou, e eu já não sinto mais nada de bom
nem sequer a leviana inspiranção que me levava a escrever.

[Gaby]


quarta-feira, 20 de maio de 2009

Nem sempre o que é, realmente é.

Escrevo por que preciso, e não pela beleza da palavra.
Bonito em si é ter um abrigo, e não o sofrimento de umas linhas que eu escrevo, e depois mal-digo.
Eu era mais um daqueles humanos que cobiçam o novo, o diferente. Mas após conquistar o inovador, vi que nem sempre a mudança trás novas sensações, que talvez um conforto, uma certeza, valham muito mais do que aventuras perdidas, que com o tempo nos cansam e nos reduzem a pó.

[Gaby]





domingo, 29 de março de 2009

O efeito do som

Eu queria poder gritar,
mas já não tenho mais voz.
Eu queria poder chorar,
mas as lágrimas já secaram.
E também queria pular,
mas muitas horas já se passaram, e eu já não sinto meus pés.
Porém, saio daqui tendo a certeza
de que valeu a pena, e eu faria tudo de novo.


[Gaby]


A espera e a saudade (donas de mim)

Há alguns dias, as coisas não vem dando muito certo
A festa que era boa, acabou em porre
O sol, eu só tenho visto quando morre
A matemática que virou latim
Meus não-amigos querendo chegar perto de mim

Até o chocolate ficou amargo e sem sabor
E ainda surgiu esse sentimento de saudade, que me parece controlador
Leoni toca mudo
Meu psicólogo é um violão surdo

Não vê que sem você, nada funciona?
De nada adianta sorrir, se por dentro tudo desmorona
Meu jogo favorito não tem mais graça
E a hora não passa

Vem logo, vem correndo!
Pois temo que quando eu te encontrar
Possa ser tarde, para aqueles planos que eu passo 24 horas a sonhar


[Gaby]


terça-feira, 24 de março de 2009

Maquiagem do palhaço

Descobri uma coisa nova sobre o delineador,
ele não funciona em olhos molhados.

[Gaby]


domingo, 22 de março de 2009

Abrigo distante

Ele sabe o que falar e quando falar
Decifra o que eu gosto e minhas manias
Responde sem precisar de perguntas
Me faz sorrir mesmo que na minha frente,
O sorriso dele esteja ausente
Também me encontra quando eu me perco,
Embora não me segure pela mão.

[Gaby]


quarta-feira, 18 de março de 2009

Notas da alma

Sinto a música entrando na minha cabeça
Bombeando meu sangue
E correndo por minhas veias
E ela me mantém viva
Cada vez mais e mais absorvo sua melodia
Sinto a música tomando meu corpo
Sinto a música ao meu redor
Sinto-me ao redor da música
Eu sou parte dela, ao mesmo tempo em que ela é parte de mim
Uma união perfeita
Sinto a música no ar
Música me fazendo respirar
Vivo por ela, vivo com ela
Sinto a música enchendo meus pulmões
E me fazendo delirar
Sinto a música nos meus sentidos
Me dando forças para caminhar

[Gaby e Michelle]



Teoria do tempo (não)decorrido

Calma, calma
O tempo não pode parar para sempre
E mesmo que as vezes você deseje que pare
Eu vejo, as vezes você quer que ele voe
Calma, calma
Esse tempo vai passar, é só você parar
E pensar, aí sim o tempo vai voar
Ao pensar, tu podes adormecer
Te desliga do mundo e sonha
Ao sonhar, te garanto
Você vai rezar para o tempo parar!
Calma, calma
O sonho já acabou
Mas aquele tempo que você julgava eterno, também já passou.

[Gaby]



segunda-feira, 16 de março de 2009

Dom Casmurro, eu?

E se por ventura, lembrares de mim
Ao menos deixe-me alguns versos

Afim de confortar um pouco dessa minha alma quase sem vida
Mas, se nem isso vieres a fazer
Toma teu rumo
E me deixa com as palavras que sonhei que mencionaria
Talvez, sejam até mais bonitas
Do que as mentiras que tu me deixaria

[Gaby]






sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Apenas sinto

Ao voltar a escrever
me pego em um dilema
sempre escrevi sobre o que sinto
E agora nada sinto.
Minto!
Sinto um enorme vazio...
como se houvesse um salão
amplo e espaçoso em meu peito
que me aperta e me oprime.
Sinto-me vazio e sozinho.
Quisera sentir algo melhor
para melhor escrever o que sinto,
mas não sinto nada
ou nada sinto.
Sinto que estou sozinho
em busca de alguém
ou de algo,
ou de nada.
Não sei direito o que sinto,
mas sei que dele eu não gosto.
Ele... o que sinto.
Sentimento estranho que não consigo definir.
Apenas sinto.