segunda-feira, 26 de abril de 2010

É que quando se está sóbrio, meu amor, o efeito que rege sobre mim, é aquele no qual você me dopou. Uns chamam de amor, outros de insanidade. Mas eu realmente não me sinto capaz de dar nome à essa mistura de medo, ansiedade, luxúria, (falta de) coragem, paixão...ah, e muito mais. As mãos que ficam tremulas ao perceberem o que a boca não é capaz de dizer. E os olhos atraiçoados e perdidos procuram achar o que dizer dentro de mim, e transtornados voltam à superfície buscando focalizar algo que mude o que encontraram nesse meu interior. Por dentro, por fora, em tudo, eles só conseguem ver você. E numa busca desenfreada de alcançar novas visões, tropeçam novamente nas tuas lembranças deixadas pelo quarto, em cima da cama, ao lado da cabeceira...e cansados de procurar pela pessoa em si, fecham-se. Sei que a embriaguez me transportaria desse dilema por algum raro tempo, mas efeito por efeito, posso dizer que me encontro bêbada desde que te conheci.

[Gaby]

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